null BCE prevê desaceleração do PIB e intensificação da inflação na área do euro no curto prazo

Imagem em fundo azul com as estrelas da união europeia e o símbolo do euro.

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De acordo com as projeções macroeconómicas do staff do BCE para a área do euro, publicadas a 16 de dezembro, o crescimento real do PIB deverá ser mais fraco no curto prazo devido às restrições da pandemia e aos constrangimentos verificados nas cadeias de fornecimento. No entanto, a partir do segundo trimestre de 2022, este deverá acelerar fortemente, desacelerando seguidamente os anos de 2023 e 2024 em direção às taxas médias históricas. Esta aceleração transitória baseia-se não só na resolução gradual da pandemia de COVID-19, como também na eliminação dos constrangimentos das cadeias de abastecimento a partir do segundo trimestre de 2022, assim como no relaxamento dos elevados níveis de poupanças acumuladas e da recuperação global.

O consumo privado continuará a ser chave do crescimento económico, beneficiando da recuperação do rendimento disponível real, da redução da poupança acumulada e de um mercado de trabalho robusto, em que a taxa de desemprego diminui ao longo dos anos, passando de 7,7% em 2021 para 6,6% em 2024, o que se tornaria na taxa mais baixa desde a criação do euro em 1999. Estima-se que o consumo privado cresça 3,3%, 5,9%, 2,8% e 1% em 2021, 2022, 2023 e 2024, respetivamente.

Neste contexto, prevê-se um crescimento do PIB real de 5,1%, 4,2%, 2,9% e 1,6% para 2021, 2022, 2023 e 2024, respetivamente. Estes dados refletem um crescimento mais fraco para 2022 e mais forte nos anos de 2021 e 2023, face às previsões de setembro de 2021 (em que as projeções revelavam crescimentos de 5%, 4,6% e 2,1% para 2021, 2022 e 2023 respetivamente). Consequentemente, o PIB real apenas deverá exceder o nível pré-pandémico no primeiro trimestre de 2022, um trimestre adicional face à previsão de setembro de 2021.

Por outro lado, as estimativas da inflação foram revistas em alta face às previsões de setembro. O staff do BCE estima que o crescimento do IHPC seja de 2,6% em 2021, 3,2% em 2022 e 1,8% tanto em 2023 como em 2024. Tal representa um crescimento de 0,4 p.p., 1,5 p.p. e 0,3 p.p. face à previsão de setembro para os anos de 2021, 2022 e 2023, respetivamente. Entre os fatores que justificam esta subida estão: preços mais elevados de produtos energéticos, depreciação da taxa de câmbio do euro, pressões ascendentes mais persistentes de interrupções de abastecimento e crescimento robusto de salários.