null Seminário GPEARI/GEE "How is the Minimum Wage Shaping the Wage Disitribution: Bite, Spillovers, and Wage Inequality”

Fundo azul com cinco pilhas de moedas de euro.

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Realizou-se no passado dia 21 de julho a 74.ª edição do ciclo de Seminários GPEARI/GEE, cujo tema versou sobre o trabalho “How is the Minimum Wage Shaping the Wage Disitribution: Bite, Spillovers, and Wage Inequality" da autoria de Carlos Oliveira, da Nova School of Business and Economics.

A desigualdade salarial está a aumentar na maioria das economias avançadas, especialmente no topo da distribuição, sendo que o comportamento na base tem sido muito mais heterogéneo. Tem-se registado, em muitos países, uma correlação negativa entre a importância do salário mínimo e a desigualdade na base da distribuição, correlação que igualmente se tem verificado em Portugal.

Neste trabalho, a análise foi estruturada através da construção de uma distribuição condicional de salários com o propósito de capturar os efeitos do salário mínimo, bem como de distribuições contrafactuais (com o salário mínimo passado e sem spillovers), de modo a quantificar e decompor as mudanças na distribuição salarial.

Os dados, utilizados foram obtidos através dos quadros de pessoal entre 1986 e 2019, correspondendo a uma amostra de 10% do universo de trabalhadores a tempo integral em cada ano. A dimensão da amostra variou entre 111.987 observações em 1986 e 226.191 em 2019.

Através da comparação entre a desigualdade de rendimentos e a importância do salário mínimo, os dados foram em 3 períodos distintos: (i) entre 1986-1994, onde a desigualdade aumentou e a importância do salário mínimo esteve estagnada; (ii) entre 1994-2006, com uma estabilização da desigualdade e um ligeiro crescimento da importância do salário mínimo; (iii) entre 2006-2019, com uma redução da desigualdade e um rápido crescimento da importância do salário mínimo.

comparação entre a desigualdade de rendimentos e a importância do salário mínimo

Pela análise efetuada foi possível concluir que o salário mínimo influencia inequivocamente a distribuição salarial, pois verificou-se:

  1. A existência de efeitos fortes quando o salário mínimo aumentou de forma constante;
  2. Que estes efeitos reformularam estruturalmente a distribuição;
  3. Que estes efeitos explicaram plenamente a queda da desigualdade;
  4. Uma elevação do salário médio;
  5. A existência de fortes spillovers;
  6. A existência de efeitos altamente heterogéneos consoante as categorias de trabalhadores.

Anexo

Apresentação