null PIB em volume desacelera no segundo trimestre comparativamente com o primeiro trimestre

Notas e euro e moedas.

Direitos de autor da imagem: INE (Instituto Nacional de Estatística)

De acordo com as Contas Nacionais Trimestrais do 2.º trimestre de 2022, publicadas pelo INE, o Produto Interno Bruto, em termos reais, registou uma variação homóloga de 7,1%, o que representa uma desaceleração de 4,7 p.p. relativamente ao crescimento homólogo do trimestre anterior. Quando comparado com o segundo trimestre de 2019 (pré-pandemia), o crescimento foi de 2,4% (o que compara com 2,6% no mesmo período).

Esta desaceleração deve-se sobretudo ao menor contributo da procura interna do crescimento (que passa de 10 p.p. para 3,7 p.p.), tendo o consumo privado registado o maior abrandamento no crescimento homólogo entre as componentes da procura interna, passando de um crescimento homólogo de 12,5% no primeiro trimestre para 4,2% no segundo trimestre, por um crescimento mais fraco tanto dos bens duradouros (cujo crescimento desacelerou 16,7 p.p. para 4,5%) como dos bens não duradouros (o qual variou negativamente 7,4 p.p. para 4,2%).

Por sua vez, o investimento registou uma desaceleração de 3,1 p.p. para 6,4%, tendo a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) crescido 1,5% (o que compara com 6% no trimestre anterior). As quatro principais componentes da FBCF registaram desacelerações, sendo que no caso da construção esta foi mesmo negativa em 1,2%.

Já o consumo público registou uma variação homóloga de 1,4%, o que corresponde a uma desaceleração de 3,4% relativamente ao trimestre anterior.

Relativamente ao trimestre anterior, a procura interna sofreu uma diminuição de 1,1%, tendo todas as componentes da procura interna sofrido uma quebra: 4,3% no caso do investimento, 0,4 no consumo público e 0,3% no consumo privado.

A contração em cadeia da procura interna (com contributo negativo de 1,1 p.p.) provocou uma estagnação do crescimento do PIB em cadeia, tendo a procura externa líquida impedido a contração.

Com efeito, registou-se uma aceleração da variação homóloga das exportações de bens e serviços em 8,2 p.p. para 26,8% (taxa de variação em cadeia de 4,7%) bastante superior à das importações, cuja taxa acelerou 3 p.p. para 16,4% (taxa de variação em cadeia de 2,2%).

A aceleração das exportações deve-se sobretudo à componente de bens, que passou de um crescimento homólogo de 3,8% no primeiro trimestre para 14,1%. As exportações de serviços mantêm um registo positivo com uma variação homóloga de 65,1%., refletindo, em grande parte a dinâmica forte do turismo.

O desempenho positivo do comportamento das exportações, em conjugação com uma evolução menos negativa dos termos de troca (devido a uma aceleração no deflator das exportações devido à componente de serviços) determinaram uma melhoria no saldo da balança comercial (passando de um défice de 3,6% no PIB no primeiro trimestre para 2,2% no segundo).