null Saldo das Administrações Públicas regista um excedente orçamental de 0,2% do PIB no segundo trimestre (ano acabado)

Notas de euro

Direitos de autor da imagem: INE (Instituto Nacional de Estatística)

As Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional, publicadas pelo INE, no dia 23 de setembro, mostram que no segundo trimestre de 2022 (considerando dados do ano acabado no trimestre), a economia portuguesa registou uma necessidade líquida de financiamento de 1.763,2 milhões de euros, correspondendo a um saldo de -0,8% do PIB. Tal representa uma deterioração de 0,3 p.p. face ao período anterior. 

Apesar da poupança bruta ter aumentado em 8,8% face ao trimestre homólogo, o crescimento da formação bruta de capital fixo em 16,6% originou o agravamento do saldo externo da economia portuguesa.

Quando analisados os setores institucionais da economia, verifica-se que o saldo de financiamento piorou em todos os setores, exceto no caso das Administrações Públicas que passaram de um défice de 1,6% do PIB, no primeiro trimestre, para um excedente de 1,4% do PIB no segundo trimestre. 

No caso das Famílias e ISFLSF, a capacidade de financiamento diminuiu 73,2% face ao primeiro trimestre anterior, passando de 1,4% do PIB no primeiro trimestre para 0,4% do PIB no segundo trimestre. As despesas de consumo final subiram 2,7% relativamente ao trimestre anterior, superior ao crescimento de 1,2% do Rendimento Disponível Bruto (RDB), determinando uma redução substancial da poupança em 18,3%. Neste contexto, a taxa de poupança ficou em 5,9% do RDB, menos 1,4 p.p. face ao trimestre anterior, estando agora inferior aos valores pré-pandémicos, sendo o valor mais baixo desde o terceiro trimestre de 2017. 

As sociedades não financeiras apresentaram uma necessidade de financiamento de 6.238,9 milhões de euros, representando um agravamento de 42,2% face ao trimestre anterior. O excedente bruto de exploração cresceu 4,1% em cadeia, tendo a Formação Bruta de Capital Fixo crescido 3,7% para 31.849,9 milhões de euros. 

Por sua vez, as sociedades financeiras pioraram a capacidade de financiamento em 16,4% face ao trimestre anterior, para 3.164,2 milhões de euros.

As Administrações Públicas registaram um excedente de 481,7 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 4.062,8 milhões de euros face ao trimestre anterior, permitindo que em percentagem do PIB, este seja de 0,2%. Para este valor, contribuiu o aumento de 3,0% da receita total (tendo a receita corrente aumentado 3,1% e a de capital diminuído 2,2%, esta última devido ao decréscimo de receitas provenientes de fundos da U.E) e a diminuição da despesa em 1,4%. A despesa corrente diminuiu 1,3%, fruto da redução das despesas dos encargos com juros (-10,2%) e dos subsídios pagos (-67,1%), esta última devido à redução dos apoios pagos às empresas no contexto da pandemia. Por sua vez, as despesas com prestações sociais e com pessoal aumentaram 1,9% e 3,0%, respetivamente, assim como o consumo intermédio, em 6,6%. De forma contrária, a despesa de capital diminuiu 31,4%, refletindo um efeito base de no trimestre homólogo se ter efetuado transferências de capital para a TAP e para o Fundo de Resolução, assim como ajudas à SATA.