null Comissão Europeia prevê que PIB da área do euro só volte aos níveis verificados pré-pandemia após 2022

Capa das previsões económicas de outono - Folhas

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A Comissão Europeia (CE) apresentou, no passado dia 5 de novembro, as previsões económicas do outono de 2020, com projeções pela primeira vez para 2022 e num contexto em que se verifica uma segunda vaga da pandemia de COVID-19, com as economias a serem impactadas pelo reforço das medidas de controlo sanitário.

De acordo com as previsões da CE, o Produto Interno Bruto (PIB) da área do euro deverá registar uma contração de 7,8% em 2020, seguido de um crescimento de 4,2% em 2021 e de 3% em 2022, não sendo expectável por esta via, que o produto da área do euro atinja em 2022 os níveis verificados pré-pandemia. Comparando com as últimas previsões económicas do verão de 2020, as projeções apontam para uma contração menos expressiva em 2020 e uma recuperação menos acentuada em 2021 (-8,7% e 6,1%, respetivamente na publicação referida).

Relativamente à taxa de desemprego na área do euro, as previsões indicam que a mesma deverá aumentar de 7,5% em 2019 para 8,3% em 2020 e 9,4% em 2021, diminuindo para 8,9% em 2022.

No que toca à inflação da área do euro, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), espera-se que esta seja em média, de 0,3% em 2020, aumentando para 1,1% em 2021 e 1,3% em 2022 (perspetivas mantém-se em 2020 e 2021 quando comparado com a publicação precedente).

Por seu turno, as projeções para Portugal, de igual forma e em linha com as referidas projeções, melhoram a previsão da quebra do PIB para 2020, esperando-se agora uma contração de 9,3% e um crescimento menor para 2021 na ordem dos 5,4%, e em 2022 com 3,5% (o que compara com -9,8% em 2020 e 6% em 2021 nas previsões do verão).

Já quanto à taxa de desemprego, a CE espera agora que a mesma em Portugal aumente de 6,5% em 2019, para 8% em 2020, para de seguida baixar até 7,7% em 2021 e 6,6% em 2022.

No que toca à evolução dos preços, é esperada uma deflação de 0,1% dos preços este ano e uma subida de 0,9% e de 1,2% em 2021 e em 2022, respetivamente (depois de se ter previsto 0% em 2020 e 1,2% em 2021, nas previsões do verão).

Por fim e quanto às previsões de necessidades líquidas de financiamento e da dívida bruta das administrações públicas para 2020, a CE projeta um saldo orçamental de -7,3%, e uma dívida pública de 135,1% do PIB.

A CE alertou ainda para os seguintes riscos que poderão provocar incerteza nas projeções agora emanadas, nomeadamente: (i) possibilidade de a pandemia ser mais grave e durar mais tempo em 2021, com implicações ao nível do crescimento e do desemprego; (ii) as medidas de política fiscal de apoio ao emprego e às empresas serem retiradas prematuramente; (iii) a possibilidade futura de stress nos mercados financeiros; (iv) os avanços médicos poderem resultar num retorno mais rápido ao normal; e, (v) o impacto positivo de um acordo comercial UE-Reino Unido.