Direitos de autor da imagem: Maurizio Bussi (Apresentação)
Realizou-se no passado dia 24 de novembro a 55.ª edição do ciclo de Seminários GPEARI/GEE, com Maurizio Bussi (Organização Internacional do Trabalho) que fez uma apresentação intitulada “Impact of the COVID-19 Crisis on Employment Around the World”.
O orador começou por descrever o impacto socioeconómico da COVID-19 em termos globais, focando sobretudo o mercado de trabalho, nomeadamente a perda de horas trabalhadas e de rendimento oriundo do trabalho, os setores mais afetados como o alojamento e os serviços de retalho e de alimentação, e ainda os grupos mais vulneráveis, como as mulheres e os jovens.
De seguida, descreveu as políticas orçamentais adotadas um pouco por todo o mundo, incluindo políticas de apoio ao rendimento e aos negócios; apontou também a estabilidade dos sistemas financeiros, mas salientando a incerteza subjacente à situação que se vive, salientando o hiato de financiamento nos países de baixo e médio rendimento.
Foram ainda apresentados alguns dados referentes a Portugal, com uma contração ligeiramente superior à registada na área do euro, motivada pela quebra nas exportações (especialmente no turismo) e pela diminuição do consumo interno, um crescimento mais acentuado da inatividade que do emprego, que diminuiu de forma mais acentuada entre os trabalhadores temporários, recordando a problemática da segmentação do mercado de trabalho.
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6th ILO Monitor |
O orador destacou ainda as razões por detrás do risco mais acentuado para os trabalhadores mais jovens e mais velhos: a incerteza face à duração da crise, o facto de os jovens terem já sentido os efeitos da crise anterior e o facto de a crise atual estar a acelerar uma transformação estrutural (com um ritmo acelerado da adoção de tecnologia e uma mudança mais rápida em termos setoriais).
Por último, o orador focou a sua apresentação nas estratégias políticas para uma recuperação robusta, sustentável e inclusiva, reforçando a importância das medidas orçamentais, a necessidade de equilíbrio entre políticas de saúde, economia, emprego e sociais e a necessidade de continuar com apoios ao emprego e aos rendimentos do trabalho em 2021. Foi ainda referida a necessidade de apoio aos países de baixo e médio rendimento e aos grupos mais vulneráveis e mais afetados pela crise, como as mulheres, os jovens e os trabalhadores informais, bem como o papel importante que o diálogo social tem para enfrentar estes desafios.