null “The Human Side of Productivity” – Webinar no contexto da II Conferência Anual do Conselho para a Produtividade

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Realizou-se no dia 2 de fevereiro o último de quatro webinars no âmbito da II Conferência Anual do Conselho para a Produtividade. Este webinar foi dedicado à apresentação dos resultados preliminares do trabalho “The Human Side of Productivity”, da autoria de Peter Gal, Chiara Criscuolo, Timo Leidecker and Giuseppe Nicoletti, economistas da OCDE.
Este trabalho, cuja apresentação esteve a cargo de Peter Gal, gestor de projeto do Global Forum on Productivity da OCDE, analisa o perfil de competências dos recursos humanos das empresas e o seu desempenho em termos de produtividade, catalogando as empresas em três níveis, as mais produtivas, que se situam na fronteira da produtividade, as de produtividade média e as de baixa produtividade.
Partindo de uma amostra para seis países (Costa Rica, Dinamarca, França, Alemanha, Japão e Portugal) e considerando três setores que se distinguem pelas necessidades de conhecimento (serviços menos intensivos em conhecimento, como comércio, hotéis, restauração e transportes; indústria transformadora; e serviços intensivos em conhecimento, como empresas de ciência e tecnologia), as empresas de cada país são catalogadas em termos de produtividade.
Os resultados mostram que há diferentes padrões no perfil de conhecimento das empresas consoante os setores e a classificação da empresa em termos de produtividade. Estes resultados também são diferentes consoante os países.
No caso particular de Portugal, em que a amostra considerava empresas com 10 trabalhadores ou mais, o estudo mostra que as empresas mais produtivas utilizam em geral menos recursos humanos com baixos conhecimentos e que o uso de recursos humanos com conhecimentos médios varia muito entre setores.
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Em termos de proposta de ação, Peter Gal sugere a necessidade de aumentar os conhecimentos das empresas com produtividade média para os níveis das empresas situadas na fronteira, através de formação dos trabalhadores, do ajustamento entre as necessidades e as políticas de educação, criação de incentivos que fomentem uma maior participação da população no mercado de trabalho ou que encorajem a mobilidade entre empresas.
Para investigação futura, o controle dos resultados pela intensidade capitalística, ainda que não afete as conclusões gerais, sugere a necessidade da análise do seu impacto setorial, temporal e por país, assim como a importância das competências dos gestores.
O comentador, o professor Miguel Portela, da Universidade do Minho, referiu que dada a granularidade do espectro empresarial português deveriam ser incluídas no estudo as empresas com menos de 10 trabalhadores e que os ativos e o volume de negócios são variáveis importantes na análise. Por outro lado, comparativamente com os outros países, as empresas portuguesas situadas na fronteira da produtividade não têm acompanhado as suas congéneres. Os conhecimentos dos gestores, assim com a sua experiencia, a inadequação dos conhecimentos para o posto de trabalho, são variáveis que também podem influenciar o desempenho das empresas.