null Financial Crisis and Capital Structure Decisions – Artigo de João Fachada e Sílvia Fonte Santa

Mão com telemóvel em cima de papeis e caderno. No ecrã no telemóvel visualiza-se cotações de bolsa.

Direitos de autor da imagem: @GPEARI

Foi recentemente publicado um artigo intitulado Financial Crisis and Capital Structure Decisions, da autoria de João Fachada (Nova SBE) e Sílvia Fonte Santa (GPEARI), que explora o impacto de diferentes cenários macroeconómicos na estrutura de capital das pequenas e médias empresas.

A literatura empírica apresenta diferentes resultados sobre os efeitos da crise financeira global nas decisões de estrutura de capital das PME. Assim, este estudo analisa como o cenário macroeconómico adverso impactou a estrutura de capital das empresas, explorando efeitos heterogéneos em cinco dimensões principais: setor de atividade, classe de idade, inovação, internacionalização e nível de alavancagem. Esta heterogeneidade é a chave para um entendimento completo dos desenvolvimentos das empresas, fornecendo assim informações cruciais para os formuladores de políticas.

Para tal, foi utilizada uma ampla e detalhada fonte de dados ao nível da empresa fornecida pelo Laboratório de Investigação de Microdados do Banco de Portugal (BPLIM). O conjunto de dados engloba a informação harmonizada reportada através da Informação Empresarial Simplicada (IES), durante o período de 2006 a 2018 e inclui todas as sociedades não financeiras portuguesas.

Figure 1 – Kernel Density (post-crisis vs crisis period)

Direitos de Autor da Imagem: João Fachada e Sílvia Fonte Santa

De acordo com o artigo, a crise financeira teve um impacto negativo sobre o rácio da dívida total das PME portuguesas, mas foi depois da crise que as empresas mais diminuíram a sua alavancagem. A dívida de curto prazo foi particularmente afetada, com a dívida de curto prazo a ser parcialmente substituída pela dívida de longo prazo em todo o período.

O artigo mostra que os determinantes da estrutura de capital respondem a condições macroeconómicas adversas, registando-se igualmente efeitos heterogéneos importantes nas decisões de estrutura de capital de empresas internacionais e inovadoras durante a crise financeira. Como principais resultados, há a destacar que as empresas jovens estão mais endividadas e têm uma estrutura de capital menos flexível, e – não obstante não terem sido encontrados efeitos intersectoriais – que as empresas com maior endividamento dentro da indústria estavam sob maior pressão para reduzir seus índices de endividamento.