null Banco de Portugal revê em alta o crescimento da economia para os anos de 2022 e 2023

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As projeções do Banco de Portugal do Boletim Económico de dezembro de 2021 revêm em alta o crescimento da economia em 2022-2023 face ao projetado no Boletim Económico de junho. O crescimento do PIB previsto é de 4,8% em 2021, 5,8% em 2022, 3,1% em 2023 e 2% em 2024. Face às projeções de junho, o crescimento aumentou 0,2 p.p. e 0,7 p.p. no que se refere aos anos de 2022 e 2023, mantendo-se inalterado o crescimento do PIB para o ano de 2021.

Esta trajetória de crescimento é suportada pela manutenção de condições financeiras favoráveis e pela aplicação dos fundos da União Europeia. No entanto, é realçado que, no curto prazo, a evolução da atividade está condicionada por uma nova vaga da pandemia e pelos problemas nas cadeias de fornecimentos globais que podem impactar sobre o ritmo da recuperação.

Prevê-se que a recuperação da atividade económica se traduza num aumento do emprego e numa redução da taxa de desemprego para níveis inferiores aos pré-pandemia. Em particular, estima-se que uma taxa de desemprego de 6,6%, 6%, 5,7% e 5,6% ao longo dos anos de 2021 a 2024.

Neste âmbito, o PIB deverá retomar o nível pré-pandemia na primeira metade de 2022, permanecendo, no entanto, abaixo da tendência projetada antes da ocorrência da pandemia (de acordo com as projeções do Banco de Portugal do Boletim Económico de dezembro de 2019). Este diferencial poderá ser mitigado, com uma implementação mais eficaz do Plano de Recuperação e Resiliência.

Relativamente à inflação, medida pelo Índice harmonizado de preços no consumidor, estima-se que esta seja de 0,9% em 2021, 1,8% em 2022, 1,1% em 2023 e 1,3% em 2024. Quando comparado com o Boletim Económico de junho de 2021, estes valores traduzem-se numa subida de 0,2 p.p., 0,9 p.p. e 0,1 p.p. para os anos de 2021 a 2023. Este perfil reflete, sobretudo, a evolução dos preços dos bens energéticos, que acompanha o preço do petróleo nos mercados internacionais.