null Boletim Trimestral de Economia Portuguesa

Imagem com dois barcos.

Direitos de autor da imagem: GPEARI/GEE

O GPEARI e GEE, do Ministério da Economia e do Mar, disponibilizam a edição de outubro de 2022 do Boletim Trimestral da Economia Portuguesa.

«A guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua a ser o principal fator geopolítico a condicionar a evolução da economia mundial. O aumento da incerteza e da instabilidade do mercado energético internacional (escalada dos preços do gás natural e da eletricidade) intensificou o recrudescimento de uma inflação elevada, a atingir níveis históricos, obrigando as economias avançadas a tomar medidas restritivas de política monetária, com uma rápida subida das taxas de juro diretoras. Concomitantemente, a persistência de, ou o aparecimento de novos, estrangulamentos nas cadeias de valor tem afetado fortemente a indústria europeia, nomeadamente a alemã. O comércio internacional assiste à escassez de abastecimento de determinadas matérias primas, bem como de produtos alimentares essenciais.

A economia portuguesa desacelerou no segundo trimestre. Após um forte crescimento de 12%, em termos homólogos reais no primeiro trimestre, o PIB português registou, uma desaceleração no segundo trimestre, para 7,4%, o que representa um crescimento em cadeia de 0,1% (2,4% no trimestre anterior). A desaceleração em termos homólogos é justificada, em parte, por um efeito de base, já que no primeiro trimestre de 2021 estiveram ainda em vigor um conjunto de medidas de combate à pandemia de COVID-19 que condicionaram fortemente a atividade económica. Porém, foi a evolução da procura interna que deu um maior contributo para a desaceleração do PIB, com particular destaque para o consumo privado. Por seu lado, a procura externa líquida apresentou um desempenho positivo, impedindo uma maior desaceleração do PIB. Destaque aqui para o bom desempenho das exportações de serviços, assentes numa recuperação forte da atividade turística. Nos meses mais recentes tem-se assistido a uma deterioração dos indicadores de confiança e a taxa de poupança das famílias, particularmente elevada durante o período pandémico, encontra-se agora em níveis historicamente baixos.»