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O GPEARI e GEE, do Ministério da Economia e do Mar, disponibilizam a edição de janeiro de 2023 do Boletim Trimestral da Economia Portuguesa.

«O ano de 2022 foi marcado pelo surgimento da guerra Rússia-Ucrânia e pelo impacto do choque energético, de que resultaram uma elevada incerteza no panorama geopolítico e uma perda de confiança dos agentes económicos. A taxa de inflação atingiu um máximo histórico na área do euro e o valor mais elevado dos últimos 40 anos nos EUA; acompanhado de uma rápida subida das taxas de juro e da forte depreciação do euro face ao dólar.

Nos três primeiros trimestres do ano, a economia portuguesa desacelerou, mas manteve crescimento acima da área do euro, tendo registado uma variação homóloga em termos reais de 8% (menos 1,6 p.p. que no primeiro semestre), enquanto a economia da área do euro cresceu 4%. Neste período, todas as componentes da procura interna desaceleraram em termos acumulados, tendo os fluxos do comércio externo abrandado em resultado de uma desaceleração na componente dos serviços. Esta desaceleração do PIB foi transversal a todos os setores de atividade. No que concerne ao consumo privado, destaque para um abrandamento motivado pelo comportamento dos bens não duradouros. Por sua vez, também o investimento manteve a trajetória de desaceleração do crescimento em termos homólogos, sobretudo em virtude do comportamento da FBCF em construção e em equipamento de transporte, já que apenas as importações de máquinas e outros bens de capital deram mostras de melhor desempenho.»