null Economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, confirma o INE

Imagem com moedas e gráfico de barras com seta em crescimento.

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Segundo o INE, no quarto trimestre de 2022, o Produto Interno Bruto registou um crescimento homólogo em termos reais de 3,2%, desacelerando 1,6 p.p. face ao trimestre anterior. A desaceleração registada reflete a diminuição nos contributos da procura interna (1,9 p.p., face aos 3,2 p.p. registados no terceiro trimestre) e da procura externa líquida (1,3 p.p., face aos 1,6 p.p. registados no terceiro trimestre).

A evolução da procura interna justifica-se com a desaceleração registada, em termos homólogos, no consumo privado para os 2,7% (menos 1,6 p.p. face ao trimestre anterior) e pela redução do investimento, que diminuiu 1,2% após o crescimento homólogo de 1,6% no trimestre anterior. O consumo público registou um crescimento, em termos homólogos, de 2% (mais 1,5 p.p. face ao terceiro trimestre). No que respeita à procura externa líquida, registou-se uma desaceleração das exportações de bens e serviços, cuja variação homóloga foi de 8,1% face a 16,3% no terceiro trimestre, mais acentuada que a verificada nas importações de bens e serviços, que aumentaram 4,9% face a uma variação de 11,7% no trimestre anterior.

Em cadeia, o crescimento do Produto Interno Bruto foi de 0,3% em volume, correspondendo a uma variação idêntica à verificada no trimestre anterior.

Desta forma, e face à estimativa rápida do INE referente a 31 de janeiro de 2023, o crescimento do PIB no último trimestre foi revisto em alta (mais 0,1 p.p.). Apesar da ligeira revisão, a expansão do PIB no conjunto do ano de 2022 manteve-se inalterada nos 6,7%, em volume, tratando-se do crescimento anual mais elevado desde 1987 (5,5% em 2021).

A variação anual registada reflete o contributo positivo significativo da procura interna (4,7 p.p.), embora inferior ao observado em 2021 (5,8 p.p.), tendo-se registado uma aceleração do consumo privado para os 5,7% (mais 1 p.p. face a 2021) e um abrandamento do consumo público (2,4%, menos 2,2 p.p. face a 2021) e, de forma expressiva, do investimento (2,7%, menos 7,4 p.p. face a 2021). A procura externa líquida passou a contribuir positivamente em 2022 para a variação anual do PIB (2,1 p.p., face aos -0,3 p.p. em 2021), justificada pela aceleração das exportações de bens e serviços para os 16,7% (mais 3,3 p.p., face ao ano anterior), visto que as importações de bens e serviços desaceleraram para os 11% (menos 2,2 p.p., face a 2021). A aceleração nas exportações refletiu o expressivo aumento na componente dos serviços para os 37,7% (mais 18,1 p.p., face a 2021), suportado pelo aumento de 80,9% nas exportações de turismo (27% em 2021).