null Exportações suportam crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano

Notas de Euro

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Segundo as Contas Nacionais Trimestrais do primeiro trimestre de 2023, publicadas pelo INE, o Produto Interno Bruto registou um crescimento homólogo, em termos reais, de 2,5% (3,2% no trimestre anterior). Em cadeia, o crescimento foi de 1,6% (0,3% no trimestre anterior).

A variação homóloga do PIB reflete a diminuição do contributo da procura interna, que passou de 2,3 p.p. no quarto trimestre de 2022 a nulo, e o aumento do contributo positivo da procura externa líquida, de 0,9 p.p. no trimestre anterior para 2,6 p.p.

A evolução da procura interna justifica-se com a desaceleração registada, em termos homólogos, no consumo privado para os 1,8% (menos 1 p.p. face ao trimestre anterior) e pela redução do investimento, que diminuiu 6,1%, após o crescimento homólogo de 1% no trimestre anterior. O consumo público registou um crescimento, em termos homólogos, de 0,2% (menos 1,2 p.p. face ao trimestre anterior).

O abrandamento do consumo privado refletiu o crescimento mais fraco do consumo de bens não duradouros e serviços (de 2,3% no quarto trimestre de 2022 para 0,9%), visto que o consumo de bens duradouros acelerou para 10,6% (7,8% no trimestre anterior). Já a redução homóloga do investimento foi particularmente influenciada pelo contributo negativo da variação de existências, verificando-se igualmente uma redução da FBCF (-0,1% face a 2,1% no quarto trimestre de 2022).

No que respeita à procura externa líquida, registou-se uma aceleração das exportações de bens e serviços, cuja variação homóloga foi de 10,9% (mais 3,2 p.p. face ao quarto trimestre de 2022), justificado quer pelo comportamento da componente de bens (6,3%, mais 2,1 p.p.), como de serviços (20,4%, mais 5,3 p.p.). A aceleração mais intensa na componente de serviços foi particularmente influenciada pelo turismo. Já as importações de bens e serviços abrandaram para 4,9% (5,4% no trimestre anterior), refletindo a desaceleração na componente de bens (4,1%, menos 1,2 p.p.), visto que as importações de serviços cresceram 9,5% (mais 3,2 p.p.).

Os ganhos de termos de troca, pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2021, conjugado com o desempenho positivo das exportações, traduziu-se numa melhoria do saldo da balança de bens e serviços, que passou a positivo (1,6% do PIB) pela primeira vez desde o último trimestre de 2019.