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A reunião anual do Grupo Banco Mundial (GBM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) realizou-se entre 9 e 15 de outubro, em Marrocos. O evento decorreu num contexto de uma economia global em declínio, afetada pela dívida crescente, elevada inflação e conflitos regionais, fatores que contribuem para um agravamento dos níveis de pobreza nos países em desenvolvimento e reforçam a necessidade de soluções urgentes.
Na sessão do Comité de Desenvolvimento do Banco Mundial os governadores da instituição tiveram a oportunidade de debater a nova visão, missão e roadmap da organização, que tem como principal objetivo a erradicação da pobreza extrema e a promoção da prosperidade partilhada num planeta habitável, reforçando a inclusão, a resiliência e a sustentabilidade.
Neste contexto, os membros do Comité incentivaram as instituições financeiras internacionais (IFI) a colaborar com as Nações Unidas, os decisores políticos e os parceiros públicos e privados, tendo como finalidade cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), melhorar a sustentabilidade da dívida, ajudar a garantir que os benefícios do crescimento económico sustentável são distribuídos equitativamente, concentrando esforços no apoio às populações mais pobres e vulneráveis.
Também nesta lógica, é pertinente enfatizar que o Banco implementou novos instrumentos que podem conferir uma capacidade de empréstimo adicional no valor de 157 mil milhões de dólares nos próximos dez anos, incluindo a emissão de capital híbrido, um mecanismo de garantia de portfólio e um rácio ajustado entre empréstimos e capital próprio, com o intuito de aprimorar a eficiência e a abrangência das suas operações.
A delegação de Portugal à reunião anual do Banco Mundial foi presidida pelo Ministro das Finanças, Governador por Portugal junto da instituição, que se fez acompanhar do Secretário de Estado das Finanças, Governador Suplente. Durante o evento, a delegação portuguesa manteve um conjunto de encontros bilaterais, incluindo reuniões com nações dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), tais como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
O GBM é composto por cinco instituições: a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), que concede doações e empréstimos concessionais aos países membros mais pobres do mundo; o Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que concede financiamento aos países de rendimento médio, em condições mais favoráveis em relação aos mercados financeiros internacionais; a Sociedade Financeira de Desenvolvimento (SFI), que apoia o setor privado nos países em desenvolvimento; a Agência Multilateral de Garantia ao Investimento (MIGA), que promove o investimento direto estrangeiro nos países em desenvolvimento por meio da concessão de garantias aos investidores e aos mutuários; e o Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI) para a resolução de diferendos relativos a investimentos entre estados e nacionais de outros estados.
