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A Comissão do Acordo de Cooperação Cambial (COMACC) reuniu no passado dia 4 de dezembro, com o objetivo de analisar a conjuntura macroeconómica em Cabo Verde. Em tom positivo, a Comissão veio reiterar o que considera ser uma boa recuperação económica no país.

Da análise ao relatório da Unidade de Acompanhamento Macroeconómico (UAM) criada no âmbito do ACC, composta por economistas dos ministérios das finanças e bancos centrais de Portugal e Cabo-Verde, constatou-se que o PIB tem crescido a um bom ritmo e que a inflação está em desaceleração. As receitas do turismo atingiram os níveis pré-pandemia e continuam a crescer. O endividamento público diminuiu significativamente. A liquidez, rentabilidade e capitalização do setor bancário mantêm-se elevadas. “O grau de cobertura das reservas cambiais permanece confortável, não obstante os desafios impostos pelo diferencial de taxas de juro face à área do euro, dado o risco de outflow de divisas e o menor incentivo para envio de remessas por parte de emigrantes.

O debate foi também oportunidade para discutir questões estruturais, dadas a vulnerabilidades a choques externos, com possíveis impactos ao nível de turismo, remessas de imigrantes e na inflação importada.

É notória a sensibilização das autoridades para a importância da diversificação económica e criação de emprego formal, assim como para os desafios e oportunidades que estão associados às alterações climáticas. A transição energética parece ser uma das estratégias viáveis para substituição de importações, com a implementação a ser condicionada pela mobilização de investimento doméstico e estrangeiro.

Esta foi a 55.ª Reunião da COMAAC, que se realiza em ano do 25.º aniversário do Acordo de Cooperação Cambial (ACC) entre Portugal e Cabo Verde. O acordo é um marco na estabilidade macroeconómica de Cabo-Verde e um dos mecanismos existentes de cooperação com Portugal.