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Segundo as previsões de inverno da Comissão Europeia (CE), publicadas no dia 15 de fevereiro, o crescimento económico em Portugal deverá ser de 1,2% em 2024 e de 1,8% em 2025, o que face, às previsões de outono, representa um ligeiro ajustamento em baixa de 0,1 p.p. para o ano de 2024, mantendo-se o crescimento de 2025 inalterado em 1,8%.

A CE refere que no início de 2024 o crescimento deverá manter-se contido devido à fraca procura dos principais parceiros, devendo recuperar ao longo do ano. Nas componentes da procura interna, o consumo privado deverá beneficiar de um aumento estável no emprego e nos salários, compensando as despesas mais elevadas com o pagamento de juros, enquanto o investimento deverá ser suportado pela implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Já no caso da inflação, medida pelo IHPC (índice harmonizado de preços no consumidor) esta foi sujeita a uma considerável revisão em baixa face às anteriores previsões, devendo ser de 2,3% em 2023 (menos 0,9 p.p.) e de 1,9% em 2024 (menos 0,5 p.p.).

A CE prevê assim uma desaceleração da inflação ao longo do horizonte de projeção, em resultado de preços em queda na energia e de menores aumentos no caso das matérias-primas alimentares. Os preços dos serviços deverão igualmente contribuir para o processo desinflacionista, mas a um ritmo inferior, já que o crescimento do emprego e dos salários deverá continuar a apoiar a procura. No entanto, na primeira metade de 2024, o processo de redução de inflação deverá ser mais restringido devido aos efeitos de base no setor da energia e ao restabelecimento do IVA zero nos produtos alimentares essenciais.

No caso da área do euro, projeta-se um crescimento do PIB de 0,8% em 2024 e de 1,5% em 2025, enquanto para a União Europeia (UE), este deverá ser de 0,9% e 1,7%, respetivamente. No ano de 2024, tal representa uma revisão em baixa de 0,4 p.p. em ambos os casos, enquanto para o ano de 2025, apenas o crescimento da área do euro foi revisto em baixa em 0,1 p.p. A CE refere que as perspetivas no primeiro trimestre de 2024 deverão ser contidas, apesar de existirem condições para a progressiva aceleração da atividade económica, já que o crescimento do salário real e do emprego deverão contribuir para a retoma do consumo, ainda que parte dos ganhos no rendimento disponível sejam para alimentar a poupança. No caso do investimento, apesar das margens de lucro mais baixas, este deverá beneficiar do alívio nas condições de crédito, da execução do NextGenerationEU, assim como da necessidade de adaptação tecnológica.

Todos os países da UE deverão registar crescimentos positivos da atividade económica, sendo que em 2024, os menores serão registados na Suécia (0,2%) e Alemanha (0,3%) e o maior em Malta (4,6%).

No caso da inflação, esta foi revista em baixa no ano de 2024 tanto para a área do euro, como para a UE, em 0,5 p.p., para 2,7% e 3%, enquanto para o ano de 2025, a projeção manteve-se em 2,2% para área do euro e de 2,5% para a U.E (mais 0,1 p.p.). Esta revisão reflete preços mais baixos das matérias energéticas assim como um crescimento económico mais fraco.

Entre os países da área do euro, a inflação deverá situar-se entre os 1,4% (da Finlândia) e os 3,5% (da Bélgica e da Eslováquia). Para além da Finlândia, apenas a Itália deverá atingir uma inflação igual ou inferior a 2% no ano de 2024.