null Seminário GPEARI/GEE "A dependência da União Europeia no lítio e nas baterias de ião-de-lítio: análise à luz da autonomia estratégica”

Homem a conectar o carregador a um carro elétrico na estação de carga

Direitos de autor da imagem: Imagem de frimufilms no Freepik

Realizou-se no passado dia 15 de maio a 94.ª edição do ciclo de Seminários GPEARI/GEE, sobre o trabalho “A dependência da União Europeia no lítio e nas baterias de ião-de-lítio: análise à luz da autonomia estratégica”, da autoria de Beatriz Raichande, tendo a apresentação ficado a cargo da autora.

Este trabalho teve como principais objetivos: (i) averiguar as principais características da dependência económica da UE de importações de lítio e as suas consequências para a autonomia estratégica;  (ii) Expor e analisar criticamente o caminho que a UE deverá percorrer para aumentar a sua autossuficiência no lítio; (iii) examinar a importância da criação de um cluster europeu de baterias e a sua prioridade para a UE; (iv) avaliar em que medida o potencial litinífero português pode contribuir para a autossuficiência europeia no lítio e na LIBs.

Segundo dados do EUROSTAT, o nível de autossuficiência da UE ao longo de toda a cadeia de valor do lítio é de apenas 19%. Analisando esta dependência ao longo das diversas fases da cadeia de valor do lítio, registou-se uma forte dependência da UE nas fases de extração, mineração e refinação.

Cadeia de valor mineral do lítio na produção de baterias de ião-de-lítio

Direitos de autor da imagem: Beatriz Raichande

Para amentar a autossuficiência de matérias-primas críticas e estratégicas, nas quais se inclui o lítio, o EU propôs, em março de 2023, o Regulamento das matérias-primas críticas que entrou em vigor recentemente, que assenta a sua estratégia em três pilares fundamentais: (i) desenvolver a cadeia de valor do lítio; (ii) diversificar a oferta externa; (iii) promover a economia circular.

A dependência da UE também se verifica na indústria de baterias de lítio, fase de maior valor acrescentado em toda a cadeia de valor do lítio, pelo que se torna prioritário a criação de um cluster europeu de baterias. Contudo, existem fatores que têm dificultado a criação do cluster de baterias, nomeadamente a ausência de comprometimento por parte dos fabricantes de automóveis europeus e a Inflation Reduction-Act.

Portugal, que tem a nona maior reserva de lítio do mundo, pode contribuir de forma positiva para a autossuficiência da UE na produção de lítio e baterias, podendo ainda beneficiar mais se procurar integrar projetos de mineração com projetos de processamento e refinação de lítio.

Anexo

Apresentação