null FMI mantém perspetivas de crescimento económico e de inflação inalteradas para Portugal nos anos de 2024 e 2025

Gráficos de barras e diversas linhas

Direitos de autor da imagem: Pete Linforth por Pixabay

No dia 22 de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgou o World Economic Outlook, que manteve inalteradas as previsões de crescimento económico em Portugal nos anos de 2024 (1,9%) e 2025 (2,3%) relativamente às conclusões do artigo IV.

Já a área do euro deverá registar um crescimento inferior: de 0,8% em 2024 e de 1,2% em 2025, o que corresponde a uma revisão em baixa de 0,1 p.p. e 0,3 p.p., respetivamente face às previsões de julho. A aceleração do crescimento face a 2023 (0,4%) deve-se a um desempenho mais positivo das exportações, especialmente as de bens. Já para o ano de 2025, a atividade é influenciada positivamente pela procura, dado o impulso positivo no consumo privado (derivado de rendimentos reais mais altos) e no investimento (fruto de uma política monetária menos restritiva).

No ano de 2024, quatro países deverão registar crescimento negativo: Estónia (-0,9%), Áustria (-0,6%), Irlanda e Finlândia (ambas com -0,2%).

Para o ano seguinte, Alemanha e Itália registarão o menor crescimento entre os países da moeda única: 0,8%. Estes dois países são particularmente afetados pela fraqueza do setor industrial. No entanto, enquanto em Itália, a procura interna deverá beneficiar do Plano de Recuperação e Resiliência, no caso da Alemanha, a economia deverá estar pressionada pela consolidação fiscal e pela descida nos preços dos imóveis.

Em ambos os anos, Malta continuará a ser o país com maior crescimento: 5% em 2024 e 4% em 2025.

Para os E.U.A, o crescimento foi revisto em alta para 2024 (mais 0,2 p.p. para 2,8%) devido ao comportamento mais forte do consumo privado (em resultado de crescimento robusto nos salários reais) e no investimento não residencial. Para 2025, o crescimento é projetado em 2,2% (mais 0,3 p.p.), num contexto em que a política orçamental é mais restritiva e um mercado de trabalho mais arrefecido enfraquece o consumo.

Na China, apesar das fraquezas no setor imobiliário e da baixa confiança dos consumidores, a melhor performance das exportações permite que o crescimento seja de 4,8% em 2024 (menos 0,2 p.p.). Para a Índia, o crescimento deverá abrandar para 7% em 2024 e 6,5% em 2025 (mantendo-se inalterado face às previsões de julho), num contexto em que procura reprimida acumulada durante a pandemia desvanece.

À semelhança das perspetivas de crescimento económico, também os valores para a inflação em Portugal foram mantidos inalterados: 2,5% em 2024 e 2,1% em 2025. Estas previsões são ligeiramente superiores às da área do euro: 2,4% em 2024 e 2% em 2025. No ano de 2024, o intervalo está compreendido entre os 0,9% da Lituânia e os 4,3% da Bélgica, sendo que seis países registarão inflação inferior ou igual a 2%. Já em 2025, os valores da inflação deverão variar entre os 1,6% da França e os 5,1% da Eslováquia.

A instituição refere que a nível global, a redução da inflação reflete uma descida da inflação subjacente, refletindo fatores como o efeito atrasado da política monetária restritiva, bem como os efeitos de transmissão de preços que já se reduziram.

Entre os riscos para o cenário económico, o FMI destaca: efeitos mais negativos da política monetária restritiva, turbulência nos mercados financeiros caso a inflação se revele mais persistente, condições de stress de dívida em economias emergentes e em desenvolvimento, assim como uma situação mais negativa no setor imobiliário da China. Por outro lado, condições mais favoráveis podem surgir em resultado de uma recuperação mais forte do investimento e da implementação de reformas estruturais em economias avançadas e emergentes.

Tabelas (Direitos de autor de imagem: FMI – Fundo Monetário Internacional)

Tabela- Advanced Economies: Real GDP and Total domestic Demand

Tabela - Advanced Economies: Consumer Prices