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Entre 26 e 30 de maio, Abidjan na Costa do Marfim, recebeu a Reunião Anual dos Conselhos de Governadores do Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD), este ano subordinada ao tema “Como usar o capital de África para potenciar o seu desenvolvimento”.

Focados na identificação de oportunidades e implementação de políticas específicas para fazer das diversas formas de capital - humano, natural, financeiro, empresarial - o principal motor da transformação estrutural e da transição para economias mais inclusivas e resilientes, sem menosprezar o papel fundamental das parcerias para complementar as necessidades de financiamento, os Governadores dos países acionistas do BAfD destacaram, no diálogo presidencial, a importância da conectividade intrarregional como um fator relevante para o fomento de trocas comerciais, entre outros.

O Diálogo de Governadores centrou-se no empreendedorismo e emprego jovem, tendo sido apresentada, na primeira pessoa, a experiência de seis jovens Africanos empreendedores que enalteceram a necessidade de apoiar urgentemente iniciativas focadas neste tema. O Grupo BAfD deverá:  priorizar investimentos nos jovens como pilar do desenvolvimento em África;  focar-se no desenvolvimento de competências, através de apoio a formação vocacional, literacia digital, empreendedorismo e modelos educacionais versando conhecimentos académicos e competências práticas alinhadas com as necessidades do mercado de trabalho;  facilitar investimentos em setores criadores de emprego, tais como infraestruturas, agricultura e serviços digitais; e apoiar os países a ultrapassar barreiras sistémicas, incluindo acesso limitado a financiamento e constrangimentos regulatórios.

Apesar da significativa importância do tema-chave da Reunião Anual para o continente, sobretudo numa altura de grande incerteza no que a tendências de ajuda pública ao desenvolvimento diz respeito, o ponto alto da reunião de Governadores acabou por ser a eleição do novo Presidente da instituição, o mauritano Sidi Ould Tah, que sucede ao nigeriano, Akinwumi Adesina, que liderou o Grupo BAfD na última década. O agora eleito Presidente Sidi Ould Tah concluiu o seu discurso de agradecimento pela eleição com palavras de incentivo e compromisso  - “Vamos trabalhar! Estou pronto!” 

O Comunicado final da Reunião Anual foi aprovado por todos os países acionistas, com excepção dos Estados Unidos da América, que formularam uma reserva, em virtude de certos aspectos deste comuniado não estarem alinhados com as suas prioridades nacionais em matéria de Clima.

À margem desta Reunião Anual de Governadores decorreu a  7.ª Reunião do Comité de Direção do Compacto para o Financiamento do Desenvolvimento – o Compacto Lusófono – iniciativa acordada entre Portugal, os países africanos lusófonos e o BAfD, à qual o Brasil posteriormente aderiu, e que conta também com a Sociedade Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), do Grupo do Banco Mundial e com a African Trade and Investment Development Insurance (ATIDI), como parceiros, visando o desenvolvimento do setor privado nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.

Na reunião, que contou com a presença de membros do Governo de todos os PALOP, assim como de representantes do Ministério das Finanças de Portugal e do Ministério do Planejamento e Orçamento do Brasil, foi constatada a crescente dinâmica do pipeline de projetos do setor privado com potencial de financiamento pelo BAfD e parceiros, bem como identificados desafios de implementação dos mesmos.

De forma consensual, os participantes reiteraram o seu compromisso para com a inicitiva Compacto Lusófono, tendo em vista maximizar as oportunidades de investimento entre os PALOP, Portugal e Brasil e conectar negócios promissores aos mercados globais. Tal cooperação exigirá adaptação e foco estratégico, para além de uma eficaz priorização de recursos, garantindo que a parceria com o Grupo BAfD, com a IFC e com a ATIDI seja aproveitada ao máximo.

O Grupo do BAfD conta com 81 países acionistas e é uma importante fonte de financiamento para o desenvolvimento dos 54 países beneficiários do continente africano. Portugal é acionista do Banco desde 1981.