null Desbloquear financiamento e repensar instrumentos: Ministro das Finanças lança desafio no EurAfrican Forum

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A 8ª Edição do EurAfrican Forum teve lugar nos passados dias 25 e 26 de julho, em Carcavelos, no Auditório da NOVA SBE, sob o tema “Transformar o Amanhã: Construir parcerias globais para cumprir a Agenda 2063” e contou com líderes políticos, empresários, académicos e representantes da sociedade civil.
Os principais tópicos deste ano incluíram Geopolítica, Instituições Financeiras, Mercados Globais, Comércio e Investimento, Energia, Resiliência e Infraestruturas, entre outros. Ao longo das sessões, também se identificaram novas oportunidades de investimento, com destaque para as preocupações relacionadas com o impacto social, alterações climáticas e desenvolvimento sustentável.
Na sessão dedicada às Instituições Financeiras, o Ministro de Estado e Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, sublinhou a importância de uma abordagem integrada ao financiamento do desenvolvimento: “Os desafios que vivemos são cada vez mais globais, e mesmo quando nos focamos em desafios internos, importa não perder a noção de que estamos perante desafios partilhados e de interesse comum. Desbloquear financiamento, hoje, trazer a Ajuda ao Desenvolvimento para o centro das políticas que dão resposta a bens públicos globais — sejam eles o clima, a segurança alimentar, a saúde pública ou a estabilidade política”. O Ministro destacou ainda a necessidade de combinar financiamento público e privado, através de instrumentos inovadores como blended finance, seguros de risco e parcerias de cofinanciamento, para atrair capital para setores estratégicos como energias renováveis, digitalização, educação e infraestruturas resilientes.
Entre os participantes de relevo estiveram José Manuel Durão Barroso, Presidente do EurAfrican Forum (este ano em formato virtual); Paulo Rangel, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal; Jean Barroca, Secretário de Estado Adjunto e da Energia; Pedro Oliveira, Dean da Nova School of Business & Economics; Carlos Carreiras, Presidente da Câmara de Cascais, assim como personalidades e líderes Europeus e Africanos de vários setores.
O encerramento do Fórum ficou marcado pela sessão “Conversa com os Presidentes”, que contou com a presença do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e do Presidente de Angola, João Lourenço, atual Presidente rotativo da União Africana (AU). Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a necessidade de a Europa manter uma visão global: “de cada vez que a Europa é chamada a concentrar-se em si, perde a visão do mundo, até para explicar porque é que certas questões que aparentemente são europeias, são questões mundiais. E perde a visão, desde logo, das relações com África, e isso tem acontecido muitas vezes” e sublinhou ainda que não há “razão nenhuma para a Europa não estar atenta à cooperação económica e financeira com a China”. Destacou ainda a relevância da próxima Cimeira UE-UA, que terá lugar em novembro, em Angola, como uma oportunidade estratégica para reforçar a parceria euro-africana.
Por seu lado, João Lourenço considerou que a Europa pode “fazer mais e melhor” em África, frisando que “o potencial é grande e existem oportunidades” de investimento em setores como a energia ou as infraestruturas, que trariam benefícios mútuos aos dois continentes.
O EurAfrican Forum , promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa, continua a afirmar-se como uma plataforma de excelência para reforçar a colaboração entre Europa e África, promovendo o crescimento verde e inclusivo, revelando oportunidades inovadoras de negócio e de investimento de impacto social, e gerando sinergias entre os modelos de inovação dos dois continentes.