null Crescimento de 2025 é revisto em alta pelo Banco de Portugal

gráfico de barras crescente com seta ascendente; em fundo imagem de cidade desfocada

Direitos de autor da imagem: Pixabay/Gerd Altmann

No dia 7 de outubro, o Banco de Portugal (BdP) atualizou as projeções para o período de 2025 a 2027, revindo em alta, face às projeções de junho, o crescimento da economia portuguesa no ano de 2025 em 3 décimas para 1,9%.

Esta revisão deve-se à incorporação dos dados mais recentes de contas nacionais (que revelaram um maior crescimento da atividade económica nos anos de 2023 e 2024) e um desempenho mais forte das componentes da procura interna.

O consumo privado foi a componente da procura interna com a maior (mais 1,1 p.p.) para 3,3% devido ao melhor desempenho do rendimento disponível, numa performance mais favorável dos rendimentos do trabalho e do efeito de novas medidas orçamentais.  Nos anos seguintes, o crescimento médio deverá manter-se em torno de 2%. A desaceleração deve-se a menores aumentos do rendimento disponível real, num contexto de arrefecimento do mercado de trabalho (crescimento médio do emprego de 0,7% por oposição aos 1,8% de 2025) e ao impacto contemporâneo e desfasado de medidas orçamentais.

Já o investimento medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) foi revisto em 9 décimas para 3% no ano de 2025 devido à evolução das componentes pública e residencial. No caso desta última, o seu bom momento está relacionado com a diminuição das taxas de juro e procura robusta alimentada pelas medidas governamentais de apoio aos jovens.

Em sentido contrário, as exportações foram revistas em baixa em todo o horizonte temporal (6 décimas em 2025, 4 décimas em 2026 e 1 décima em 2027) em virtude do contexto de incerteza nas trocas comerciais globais e uma normalização do crescimento do turismo após o pico pós-pandémico.

Quanto à inflação medida através do IHPC (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor), esta foi revista em alta em 3 décimas no ano de 2025, na sequência de correções dos bens energéticos, assim como alimentares (afetados por surtos de gripe de aves e más colheitas). Nos anos seguintes, a inflação regressará a valores de 2%.

O crescimento de Portugal deverá ser superior ao da área do euro em 0,8 p.p. no período de 2025-2027, refletindo as transformações da economia portuguesa, cujas empresas passaram a ser mais competitivas nos mercados internacionais com maior quota em produtos com maior incorporação de tecnologia e conhecimento e onde têm sido criados mais empregos.

 Estes fatores permitem que Portugal esteja mais bem preparado para enfrentar choques negativos que incluem: agravamento das tensões comerciais e geopolíticas, com efeitos negativos no comércio mundial, na procura externa dirigida a Portugal e no aumento dos preços das matérias-primas. Por outro lado, a política orçamental nacional nos países europeus pode gerar maior estímulo à atividade, ainda que com efeitos inflacionistas.

O Banco de Portugal reforça a importância das políticas e reformas estruturais para enfrentar a conjuntura volátil, o envelhecimento demográfico, a transição climática e o aparecimento de novas tecnologias digitais.

Quadro: Projeções do Banco de Portugal: 2025–2027 | Taxa de variação anual em percentagem

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