null FMI procede a revisões nas previsões de Portugal

Direitos de autor da imagem: FMI – Fundo Monetário Internacional
A 15 de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI), publicou o World Economic Outlook, o qual mostra uma desaceleração do crescimento mundial nos próximos anos, ajustando-se perante as tensões comerciais.
No caso da área do euro, o FMI projeta um crescimento de 1,2% em 2025, constituindo uma revisão em alta de duas décimas face às previsões de julho, sendo as mesmas impulsionadas especialmente pela Irlanda (9,1%). No ano seguinte, apesar da aceleração do crescimento privado na Alemanha devido à recuperação do consumo privado num contexto de maiores salários e política orçamental menos restritiva, o crescimento na área do euro deverá desacelerar para 1,1% (menos uma décima face às últimas previsões). Nesse ano, o maior crescimento deverá ser de Malta (3,9%).
Nenhum dos países da área do euro deverá registar crescimento negativo: o menor será registado na Alemanha em 2025, enquanto em 2026, o lugar pertencerá à Itália e Áustria.
No caso específico de Portugal, relativamente às últimas previsões de abril, o crescimento de 2025 foi revisto em baixa ligeira (menos 1 décima para 1,9%), enquanto o de 2026 foi modificado em alta (4 décimas para 2,1%). Deste modo, Portugal deverá continuar a registar um crescimento superior ao da área do euro.
Entre as economias mais importantes, os E.U.A, o crescimento deverá ser estável em ambos os anos (2% em 2025 e 2,1% em 2026), constituindo, no entanto, uma diminuição face àquele registo em 2024 (2,8%) num contexto de maior incerteza política, barreiras alfandegárias mais elevadas e menor crescimento da população ativa e do emprego. Já na China, face às previsões de julho, o crescimento manteve-se inalterado em 4,8% em 2025 e 4,2% em 2026. O crescimento de 2025 é influenciado positivamente pela antecipação de trocas comerciais e pelo comportamento robusto do consumo privado suportado pela política orçamental, contrabalançando efeitos desfavoráveis de maior incerteza e de direitos aduaneiros.
A inflação na área do euro foi revista ligeiramente em alta no valor de uma décima para 2,1% em 2025 e 1,9% em 2026. Desta forma, Portugal deverá registar uma inflação superior à da área do euro em ambos os anos: 2,2% em 2025 (revisão em alta de três décimas) e 2,1% (inalteradas).
Entre os países da moeda única, a Estónia registará os maiores valores (5,1% em 2025 e 4,3% em 2026), enquanto Chipre será o país com menor inflação (0,7% em 2025 e 1,3%, neste último caso a par da Bélgica).
No caso particular dos E.U.A, a instituição refere que esta volte a ganhar força no segundo semestre de 2025, à medida que o impacto dos direitos aduaneiros já não é absorvido pelas cadeias de abastecimento, sendo transmitido aos consumidores. Dessa forma, a inflação em 2026 deverá ser de 2,5% (mais uma décima face às previsões de julho).
Apesar de uma performance estável no primeiro semestre deste ano, as previsões estão inclinadas para o lado negativo, destacando-se os seguintes riscos: reavaliações da Inteligência Artificial nos mercados financeiros, perspetivas mais fracas para o crescimento da China, fragilidades orçamentais num contexto de menor crescimento assim como taxas de juro e níveis de dívida mais alto, e maiores pressões sobre instituições orientadoras de política, em particular sobre Bancos Centrais que degradam a sua imagem e capacidade de atuação.
O FMI considera que os esforços em melhorar as perspetivas de longo prazo devem continuar sendo que os governos devem apostar em políticas horizontais tais como investimento em educação, pesquisa e infraestrutura pública, boa governação, estabilidade financeira e macroeconómica e regulação que permite flexibilidade e inovação no setor privado.
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